terça-feira, 20 de agosto de 2013

MBA TI UFRJ - Transparência


Um dos temas propostos pela turma para realização de debates e apresentação de opiniões fala sobre a Transparência na Administração Pública e este será o assunto principal deste blog.



Portal da Transparência

Como a própria palavra define – o que deixa transparecer, mostrar ou não disfarçado, essa último sendo em minha opinião a que faz mais sentido quando falamos de administração pública, traduzindo literalmente o sentido do tema em questão. Voltando ainda mais para o setor público podemos interpretar como sendo uma forma de democratizar o acesso a informações públicas, seja em relação a projetos em andamento, destino de recursos para determinada área ou setor entre outros demonstrativos, utilizando ferramentas de livre acesso aos cidadãos. Definições são várias, mas o sentido pouco muda – “um livro aberto e de acesso livre em relação a todas as ações relacionadas as atividades desenvolvidas, projetadas e elaboradas pela administração pública.

De acordo com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em seu Art.15º [1], “Toda a sociedade tem o direito de pedir conta a todo agente público de sua administração”, uma vez que atuam em nome dos cidadãos, devendo cuidar dos interesses públicos como se fosse para o próprio benefício. Com certeza grande parte da população limita-se a pensar que pedir conta ou fiscalizar o que é feito principalmente com os recursos públicos, leia-se dinheiro, seja o principal tema a ser abordado no que tange a transparência. Talvez o combate as falcatruas ou corrupção seja o aspecto mais conhecido, porém não podemos ficar limitados a isso. Qualidade no serviço prestado a população, crescimento do país, andamento de projetos, propostas de melhorias, etc, etc, etc, entre outros, são itens que fazem parte desse grande bolo que envolve a transparência na administração pública.

Diante do exposto, o Governo Federal lançou em novembro de 2004, o Portal da Transparência do Governo Federal [2], que é uma iniciativa da Controladoria Geral da União (CGU), para assegurar a boa e correta aplicação dos recursos públicos, com o objetivo de aumentar a transparência da gestão pública, permitindo ao cidadão acompanhar não só como o dinheiro público é aplicado, mas também fiscalizar a utilização dos recursos. Informações sobre projetos, receitas previstas, gastos diretos do Governo Federal entre outras muitas podem ser encontradas no portal.

Outra ferramenta disponível ao cidadão e também instituída pela CGU é o Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão (e-SIC), que permite a qualquer pessoa, física ou jurídica, encaminhar pedidos de acesso a informação para órgãos e entidades do Poder Executivo Federal. O objetivo é facilitar o exercício do direito de acesso às informações públicas [7].

Tais ferramentas são extremamente necessárias e úteis a todos os cidadãos envolvidos principalmente na esfera política e econômica do país. Talvez ainda nem todos estejam prontos para utilizar as ferramentas, mas isso pode entrar no tópico “opinião do autor”...


Barreiras e Papel da Sociedade

Em minha opinião além da credibilidade e das dúvidas em relação as informações apresentadas (indico a leitura de uma pesquisa sobre “Como mentir em estatísticas”, deixo o link no fim do artigo), ainda encontramos alguns obstáculos para a total transparência na administração pública.

Itens como a falta de recursos para acesso as informações (nem todos os cidadãos tem fácil acesso a tecnologia), falta de orientação e consciência dos próprios cidadãos (a educação é um dos grandes desafios do Governo para inclusão digital) além da resistência a mudanças, atrapalham a divulgação e a disseminação do conceito, impedindo com isso a utilização total das ferramentas disponibilizadas, limitando o conhecimento a determinadas áreas da sociedade.

Mas e aí? O que fazer?

A população tem mesmo que cobrar... Lógico que com foco, clareza de opiniões e principalmente, sem deixar cair no esquecimento. Cobrar por exemplo, dispositivos que permita o acesso à informação e políticas de treinamento, porém não escorando apenas em cobranças, entendendo que além de cobrar a sociedade deve cumprir seu papel de cidadão, evitando o “deixa para lá”, ou ainda o “sempre foi assim, nunca vai mudar...” entre outras expressões que estamos cansados de ouvir. Entender que mudar é preciso, porém com organização e planejamento, sabendo seus direitos e deveres, capacitando e conscientizando todos visando sempre essa tal “transparência”.


Pontos para debate

Voltando as informações disponíveis aos cidadãos, até onde podemos confiar nos dados apresentados no portal? Esse é um aspecto que merece extrema atenção, principalmente em relação à credibilidade dos dados divulgados. Como podemos auditá-las? Será que é realmente interessante para o Governo ser transparente? Ou ainda, será que o poder gosta(ria) de ser transparente? Questões como essas deixam sempre uma pulga atrás da orelha dos cidadãos, uma vez que o histórico e a confiança em relação ao administrador público não são muito bem vistos...

Ficam os pontos para debate e opinião, uma vez que o assunto abrange uma série de variáveis e pontos de vista dos mais diversos, seja a favor ou contra a forma de apresentação.


Nota do autor

Esse blog traz a tona um tema bastante amplo, porém ainda pouco explorado pela sociedade, seja por falta de divulgação seja por falta de recurso e acessibilidade. Apesar dos avanços tecnológicos dos últimos tempos, ainda não é possível afirmar que 100% da população tem acesso a meios ligados a web e, além disso, alguns que até possui tal recursos, não goza do conhecimento ou teve o devido treinamento para utilizá-los de maneira produtiva.
As ferramentas de acesso que permite ao cidadão fiscalizar os gastos públicos deveriam ter maior divulgação seja em programas do próprio Governo seja na mídia em geral, fazendo com que a população se envolva cada vez mais com o conceito de transparência, permitindo com isso obter um maior embasamento para realizar as devidas cobranças.
A relação “Transparência x Cidadãos” tem que ocorrer de forma estreita e participativa, pelo lado do Governo sendo transparente na divulgação dos resultados, investimentos e andamento de projetos, e pelo lado da sociedade sendo crítico, acompanhando e cobrando as devidas melhorias e investimentos esperado na utilização dos recursos públicos.



Referências Bibliográficas











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